[PEDRA LAPIDADA] Douglas Torete, do Uberlândia para o futebol alemão
#PEDRA LAPIDADA
Por Yuri Casari
Em toda a história do futebol amador de Curitiba há inúmeros exemplos de atletas que atuaram profissionalmente após passar pelos gramados do futebol amador. Recentemente, tivemos o zagueiro curitibano Thiago Cionek, que deu seus primeiros passos no futebol no Vila Hauer e em 2018 disputou a Copa do Mundo pela seleção da Polônia. Apesar do futebol estar “industrializado”, com os clubes profissionais captando talentos cada vez mais cedo, os campos de várzea seguem sendo reveladores de talentos que ainda almejam o sonho do profissionalismo. E em um mundo globalizado, a Europa, centro econômico do futebol hoje em dia, se torna um objetivo daqueles que buscam viver do trabalho com a bola.
O jovem Douglas Torete, de
19 anos, é mais um talento que o futebol amador de Curitiba viu em seus campos.
Nascido em Palotina, o garoto veio adolescente com a mãe para a Capital, se
destacou na disputa da categoria Juvenil da Suburbana pela equipe do Uberlândia
e hoje tenta a sorte no futebol alemão. O volante está no Trebendorf, da quinta
divisão, localizada em uma cidade de mesmo nome no lado oriental da Alemanha.
Ainda na Polônia, Douglas
enfrentou a questão da pandemia do novo coronavírus, mas assim que as coisas
começaram a se estabilizar, uma nova oportunidade surgiu para o jogador. “Aí
veio o coronavírus, me recuperei das lesões, organizei os documentos e em um
amistoso acabei fazendo um bom jogo, e o time aqui da Alemanha acabou me dando
essa oportunidade. O treinador gostou do meu jeito de jogar e pediu para contar
comigo no time”, disse Douglas, que tem como companheiros outros quatro
brasileiros na equipe.
Além do Uberlândia, Douglas
também teve passagens pela base do FC Cascavel e pelo Sub-19 do Nova Fátima.
Mas foram as duas temporadas na Suburbana que permitiu ao meio campista seguir
na carreira. “Jogar a Suburbana foi uma experiência boa. Peguei uma boa cancha,
aprendi bastante coisa, tive um aprendizado legal ali. Na Suburbana o que me
ajudou bastante foi a intensidade dos jogos. Você ganha um espírito aguerrido e
que foi fundamental para mim aqui hoje”, afirma.
Embora a equipe do Trebendorf seja semiprofissional, Douglas está vivendo exclusivamente do futebol. Segundo o jogador, esta é uma realidade que ele acredita que dificilmente seria possível no Brasil. “No Brasil está muito complicado para lidar com o futebol. É um pouco difícil, tudo é questão de empresário para você conseguir jogar. Se fosse no Brasil eu certamente não estaria vivendo do futebol”, ressalta Douglas, que já traça os planos de futuro no futebol europeu. “Eu penso em crescer no futebol alemão, até pelos planos traçados pelo clube aqui. Pessoalmente, planejo ir para uma divisão maior e penso jogar por um bom tempo aqui. O futebol alemão é muito bom, assim como toda a estrutura dada aqui”, finaliza.

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