[AMADOR PG] Campeão em 2003 e 2005, Itaiacoca deseja retornar aos gramados
Ao longo da história podemos
relembrar vários clubes campeões que deixaram saudade ao deixar de disputar o
certame de PG. O Itaiacoca EC, clube que já foi personagem principal do futebol
ponta-grossensse, é um exemplo. A equipe conquistou duas taças do certame de PG,
teve passagem de personagens icônicos da cidade e muitas lembranças. De acordo
com alguns ex-jogadores, existe uma movimentação para que o clube retorne aos
gramados para a disputa do amador de PG.
#AMADOR PG
Por Germano Busato
O
bicampeão Itaiacoca, que venceu os certames de 2003 e 2005 é um dos clubes
campões que atualmente não jogam mais pela competição. O clube fundado em 1995,
sofreu com problemas de continuidade de gestão, e acabou saindo da elite do
futebol de Ponta Grossa. Antônio Ferreira de Quadros, conhecido como “Toninho”,
fundador do clube, foi o grande responsável pelo desenvolvimento do clube. Após
o falecimento de Toninho, o clube ainda realizou uma parceria com o UCA, que
deu fôlego para o time, e possibilitou a conquista dos certames de 2003 e 2005,
e ainda o vice-campeonato em 2004 para o extinto Valada EC. Mas não foi o
suficiente para manter a equipe ativa.
O
clube que hoje não brilha mais pelos gramados de Ponta Grossa, representava o distrito
que fica cerca de 33 quilômetros da cidade. Um bairro de caráter rural, que
tinha um clube representativo. De acordo com ex-jogador, o zagueiro Eloir José
da Silva, o clube passou por muitas dificuldades, como os mandos das partidas. “Jogávamos
quando podia em um campo no Itaiacoca. Mas depois que passou a ser obrigação os
mandos serem em campos com alambrado, tínhamos que jogar em outra sede”,
completa o ex-zagueiro, que destacou a ligação com a torcida que ia além da
distância dos jogos do bairro. “Dependendo da situação, fechava quatro ou cinco
ônibus de torcida”, finaliza.
Por
não ter sede, o Itaicoca realizou parcerias com outros clubes para mandos de
jogos, até mesmo com jogos disputados no Germano Krüger, em parceria com o
Operário Ferroviário. O ex-atleta ainda cita uma torcedora ilustre do clube,
conhecida como “Dona Fiduska”, esposa do Toninho, que era uma personagem já
consagrada no meio da torcida do clube, e um símbolo do que era a torcida do
time que conquistou a simpatia de muitas pessoas.
Títulos
e Jogos memoráveis
Eloir
relembra a conquista, inicialmente, antes do Amador, da Taça de Ponta Grossa. Um
campeonato aberto organizado pela Liga de Futebol Amador de PG, que era aberto
a mais clubes. “Era um campeonato fortíssimo”, segundo o ex-zagueiro. Outro
ponto curioso que Eloir nos contou foi um fato curioso do certame, em que o
companheiro de zaga, o Remédio, jogador conhecido pelo futebol amador de Ponta
Grossa. “Nosso goleiro na final contra o Olinda se machucou no aquecimento e o
reserva já estava machucado. Por isso, o zagueiro Remédio foi para o gol.
Empatamos no tempo normal e sem ser goleiro, o Remédio garantiu com duas
defesas o título para a gente”, completa.
Em
2003 e 2005, o Itaiacoca conquistou o bicampeonato respectivamente em cima, nas
duas oportunidades, do Olinda. Em 2005, com uma rodada de antecedência, em uma
disputa por pontos corridos, com uma vitória no André Mulaski. O clube chegou ao
seu segundo título e deixou sua marca na história do futebol amador de PG. Cristiano
Colis, ex-atacante do time vitorioso entre em 2003 e 2005, conta o que o clube
significou em sua carreira. “Tenho como principal lembrança a nossa união que tínhamos.
Formamos ali uma família que até hoje tenho respeito e admiração pelos caras que
jogavam comigo. Era um time bem unido e por isso conseguimos os títulos de 2003
e 2005”, acrescenta Colins.
Outro
ex-jogador que recorda sua passagem pelo clube é Júlio César Gonçalves, que
teve passagem entre 2007 e 2008. Júlio César recorda a grande campanha do
clube, na Taça Paraná que disputou. “Jogamos 12 partidas exatamente. Vencemos oito
jogos e empatamos quatro. Foi uma competição que marcou a nossa vida, porque
foi naquela época que reuniram os melhores jogadores dos últimos anos para
jogar pelo Itaiacoca. Eu tive a honra de ser o capitão daquela época e jogar
por esse clube”, finaliza o ex-capitão, que ressalta que o clube só parou na
semifinal nos pênaltis, para o Trieste, um clube tradicional e considerado por
muitos uma potência do futebol amador paranaense.
Quando
falamos em relação a prancheta, a posse foi do treinador multicampeão por
muitas equipes do futebol amador paranaense, João Kastilho, que esteve à frente
do time na conquista de 2003. “No decorrer do campeonato fomos se acertando, e
conseguimos conquistar o título. Foi aí que a minha história como treinador se
iniciou. Quem me deu a grande oportunidade foi o time do Itaiacoca”, comenta
Kastilho.
O
técnico ainda crava que a partida inesquecível que teve pelo clube foi na final
contra o Olinda, no segundo jogo decisivo para o time conquistar o título de
2003. “Tínhamos a felicidade de ter a vantagem de 2 a 0 no jogo de volta, e
fomos jogar em uma final com mais de 3 mil pessoas fora de casa. Estávamos
perdendo o jogo, mas segurando a vantagem, e teve um pênalti para o Olinda, que
felizmente o nosso goleiro preto defendeu e conseguimos garantir o título”,
conta Kastilho.
A
possibilidade de um retorno
De
acordo com Eloir, ex-zagueiro campeão pelo clube, existe uma movimentação por
parte de ex-jogadores e amigos para que o Itaiacoca EC retorne para jogar na
elite do futebol amador de PG. O prazo de retorno pode ser já após a pandemia
do COVID-19. “A intenção é esta. Estamos nos programando para ter um projeto
bacana para o retorno do Itaiacoca”, afirma Eloir.
APOIE O PROJETO DRAP - Queremos dar voz para o futebol marginalizado e mostrar a transformação que este esporte é capaz, em diversas atmosferas – amador, base e feminino. Conheça a nossa campanha de apoio colaborativo na @catarse; - http://catarse.me/drap

Post a Comment