[FEMININO PR] Destaque no Fut7, Day Vieira agora se dedica ao futebol de campo e no elenco do Athletico
Dayanne
Vieira é uma das jogadoras de Futebol 7 mais conhecidas do cenário de Curitiba
na atualidade. Mas em 2020, a lateral tem um novo desafio: fazer parte do time
profissional de futebol feminino do Athletico. Ex-Imperial, a atleta conta como
foi sua trajetória até a chegada ao clube rubro-negro e também fala sobre o
cenário do futebol feminino no estado.
#FEMININO
Por @LucasRaveel
A realidade
do futebol feminino no Paraná ainda não é a ideal. Por falta de calendário ou
clubes que tenham projetos voltados à modalidade, muitas jogadoras revezam
entre futsal, futebol de 7 e futebol de campo. Além disso, ainda trabalham em
outras áreas para ter uma fonte de renda estável. Esse foi o caso de Dayanne
Vieira, de 26 anos, até chegar ao Athletico Paranaense no início deste ano. “A
maioria das meninas de Curitiba jogam porque gostam. São pouquíssimos clubes que
dão retorno financeiro às atletas, em qualquer uma das três modalidades”, acrescenta
a lateral Dayanne.
A CHEGADA NO ATHLETICO
Day assinou
com o Furacão no início de 2020, após participar da seletiva organizada pelo
clube. Segundo ela, as avaliações duraram duas semanas até chegar o dia da
assinatura do contrato. De lá para cá, a atleta já conseguiu observar situações
diferentes, além de novas experiências dentro do cenário do futebol em que
viveu. “A estrutura é diferente de todos os clubes de campo que eu passei. Você
devolve o uniforme sujo e pega ele limpo. Os treinos são montados de forma
pensada, além de termos acompanhamento psicológico, nutricional e médico. Ou
seja, é uma realidade diferente do que eu já vivi”, comenta Day.
O Athletico iniciou
a sua primeira disputa, em 2020, na Série A2 do Brasileirão Feminino. Porém,
com a pandemia do COVID-19, o campeonato foi paralisado. O clube disputou apenas
um jogo e foi realizado em março. No duelo, o rubro-negro foi derrotado pelo
Napoli-SC por 4 a 0. Mesmo com duelo realizado em 14 de março, o clube tem
tomado algumas ações para movimentar o elenco, respeitando as medidas de
distanciamento social, com as atletas treinando remotamente de suas casas.
MEMÓRIAS
O maior
momento da carreira da jogadora foi no ano de 2019, quando foi convocada para a
Seleção Brasileira de Futebol 7. “Graças as convocações, conheci lugares que
não sei quando teria a oportunidade de conhecer”, lembra Dayanne. A atleta
conquistou a Copa América, em Porto Alegre, vencendo a Argentina na final e
também a Copa do Mundo, em Roma, sobre a Seleção da Rússia.
Também em
2019, Day jogou futebol de campo pelo Imperial e disputou o Campeonato
Paranaense. No ano passado, mesmo com dificuldades de apoio em relação aos
adversários, o clube amador foi o único da capital e sem nenhuma ligação com
clubes profissionais que disputam as séries A e B – Athletico, Coritiba e
Paraná Clube. “Tínhamos dificuldades nos treinamentos, pois o estádio não tem
iluminação, então tinham que ser realizados de dia. Só que a maioria das
jogadoras trabalhavam neste período e não podiam participar”, conta.
A partir
destas experiências, pelas conquistas e pelo que viveu na carreira, Day tem
sido inspiração para outras garotas que buscam realizar o sonho de jogar
futebol. “Quando você é inspiração para alguém, tem que se cobrar duas vezes
mais para passar um bom exemplo. No futebol feminino, as dificuldades são
muitas, mas não podemos desistir. Se cairmos, temos que levantar mais fortes”, finaliza
a lateral.
CENÁRIO
DO FUTEBOL PARANAENSE
Para a
jogadora, o futebol no estado tem muito a melhorar, mas está em evolução.
Segundo ela, a obrigatoriedade dos clubes das Séries A e B em terem times
femininos ajudou. “Acredito que, em breve, os clubes vão ser obrigados a ter
uma categoria de base feminina. E aí eles não vão poder dar a camisa a um clube
‘x’ e falar que tem um time feminino, pois terão que montar do zero. Com isso,
novas oportunidades vão aparecer para as meninas”, disse. “Cada novo clube que
olha para o futebol feminino é uma conquista a ser comemorada. O Athletico ter
um time na categoria é um passo importantíssimo. Anos atrás não imaginávamos
que isso aconteceria”, completou.
Nos últimos
anos, o certame estadual teve baixo número de inscrição de times. Sendo que o
máximo foram quatro equipes nas duas últimas edições e três clubes em 2017. De
acordo com Dayanne, a maior dificuldade para os clubes que disputam o
Campeonato Paranaense são as despesas. “Para disputar o estadual, as equipes
gastam com viagens, alimentação e hospedagem. Os custos são altos e não há
patrocínio. Então os clubes não têm de onde tirar esse dinheiro. A qualidade
tem, mas falta o apoio”, explicou.
TRAJETÓRIA
A lateral
começou sua carreira treinando em escolinhas de futsal. Depois foi para o
campo, onde fez a base pelo Novo Mundo e jogou um ano pelo Foz
Cataratas/Colombo. Aí a atleta passou no
vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para Educação Física. Com a
rotina dos estudos, ela não conseguia treinar, mas não abandonou o futebol. Por
4 anos, jogou na equipe de futsal da universidade. De 2015 a 2020, ela fez
sucesso no futebol de 7. Jogando por cinco anos pelo Barcelona, de Curitiba, Dayanne
foi convocada à Seleção Brasileira da modalidade e foi campeã da Copa do Mundo,
na Itália, em 2019. Intercalando com o Fut 7, Day jogou pelo Imperial em 2018 e
2019. O clube ficou em 3° lugar no estadual nos dois anos.
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Guerreira, você é uma inspiração para tantas meninas que como você trilhando essa estrada tão difícil do futebol feminino. Os frutos são poucos, mas já aparecem. Continue com essa garra, você pode tudo🥰
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