[ESPECIAL] Do pesadelo à superação, o Santa Quitéria conseguiu ser pentacampeão da Suburbana em 2015
Depois
de bater na trave em 2013, em pleno Estádio Maurício Fruet, com gol no último
minuto da prorrogação, o escrete auriverde conseguiu o tão sonhado
pentacampeonato da Suburbana em 2015. Mas para ser campeão, o time do Santa
Quitéria teve durante a caminhada a desconfiança e momentos épicos. Relembre
aquela campanha marcada por altos e baixos, dificuldades, reviravoltas e, no
final, muita celebração.
#ESPECIAL
Por @LucasRaveel
O
pentacampeonato do Santa Quitéria na Suburbana veio em 2015. Aquele título foi
marcado pelas dificuldades nas duas primeiras fases, mas, também, pelos
triunfos sobre equipes favoritas nos mata-matas.
1ª
fase difícil
Naquele ano, o
campeonato era disputado de uma forma diferente da atual. O auriverde estava no
grupo B, com outras cinco equipes, e passaria de fase se ficasse entre os
quatro primeiros. Sob o comando do técnico Leandro Chibior, o início do certame
foi complicado. Com um elenco montado em pouco tempo, o Santa Quitéria
enfrentou Trieste, Iguaçu, Novo Mundo, Vila Fanny e Bangú nas cinco primeiras
rodadas. Os resultados não foram bons, pois o escrete auriverde conseguiu
quatro empates e uma derrota. “O início foi difícil. Ganhamos somente na 6ª
rodada, contra o Nova Orleans. Foi um momento de muita pressão, cobrança da
diretoria e da torcida”, conta Chibior.
Na mesma
linha, o goleiro Jonas, ídolo do clube, também falou sobre a etapa e até chegou
pensar no pior pesadelo de um clube, o descenso. Algo que aconteceu em 2006. “Mesmo
sabendo que o time tinha qualidade para não estar naquela situação, pensamos
que íamos cair. Os resultados positivos não aconteciam”, disse.
Mas a fase ruim
foi passageira. Com a vinda de três reforços, o clube seguiu com os altos e
baixos, conseguindo se recuperar e, consequentemente, a classificação com duas rodadas
de antecedência, ficando na 3ª posição.
2ª
fase: tudo embolado
Na segunda fase,
o Santa Quitéria caiu em grupo com três equipes que ainda não tinha vencido
naquela edição da Suburbana. O cenário não era favorável. Por isso, algumas
mudanças aconteceram na equipe auriverde a partir da segunda-fase. “Os
adversários eram difíceis. Por isso, solicitamos à diretoria que treinássemos
duas vezes por semana”, disse Chibior.
Na 1ª rodada, na
partida contra o Trieste, o time auriverde contou com o retorno do goleiro
Jonas, que estava lesionado. Ele foi determinante para a vitória por 2 a 1, pois
marcou um gol de falta. Nas duas partidas seguintes, o Santa Quitéria levou um
balde de água fria. As derrotas para Renovicente e Fanny, com o placar de 2 a 1
e 1 a 0, respectivamente - derrubaram o time para a 3ª colocação do grupo B, e
a vaga nas semifinais estava ameaçada.
Na sequência,
o Santa Quitéria venceu o Fanny, que estava invicto, por 2 a 0, mas perdeu para
o Trieste pelo mesmo placar. Com estes resultados, o grupo foi para a última
rodada com todos os times tendo chances de classificação. A equipe do Vila
Fanny estava em vantagem, com oito pontos, seguido de Trieste e Renovicente,
ambos com sete tentos; e na última posição o Santa Quitéria, com seis pontos.
Somente dois escretes passavam às semifinais.
A
última partida da 2ª fase: o jogo do renascimento
O último jogo
da 2ª fase era contra o Renovicente e só a vitória importava. As lembranças não
eram boas, pois o Santa Quitéria tinha perdido os dois jogos que disputou
contra o time naquele ano. Com a bola rolando, o Santa Quitéria abriu o placar
com Juliano, que estava antecipando seu retorno de lesão para ajudar a equipe,
mas levou o empate em seguida, ainda no primeiro tempo.
Na segunda
etapa, o zagueiro Baloy - guarde este nome - fez de cabeça e recolocou a equipe
auriverde na frente. Porém, depois de discussões e cenas lamentáveis entre os
jogadores, William empatou de pênalti. O jogo foi quente e estava chegando aos
minutos finais. O empate eliminava as duas equipes. Após o gol do Renovicente,
que deixou o placar em 2 a 2, Baloy acertou o adversário quando o jogo estava
parado e levou vermelho direto. “Com um a menos, a torcida já não acreditava
mais”, relembra Chibior.
Só que o
placar não estava definido e o Santa Quitéria não se entregou. Nos acréscimos, em
uma bobeira da defesa tricolor, Gean ameaçou bater, driblou o goleiro e fez o
gol que selou a classificação do clube auriverde em 1° lugar, deixando o placar
final em 3 a 2 para o auriverde.
A emoção de um
time que era desacreditado foi grande. Gean, do Santa Quitéria, mostrou isso em
entrevista pós-jogo: “Estou sem palavras. Essa equipe é guerreira, lutou para
não cair, contra tudo e contra todos. Só que a gente fechou, virou uma família
no vestiário. Agora vamos focar na próxima fase”. O ex-tecnico do clube, Chibior,
também falou sobre aquela partida: “Ali prevaleceu a camisa e tradição do Santa
Quitéria. Não perdemos mais depois daquele jogo”, relata o treinador.
A
caminhada das semifinais ao título
O adversário
na semifinal era o Novo Mundo. A previsão era de um duelo complicado, mas o
Santa Quitéria passou com certa tranquilidade. No Maurício Fruet, a vitória por
3 a 1 deixou uma grande vantagem, que foi aumentada na Arena Vermelha com outro
triunfo, desta vez por 2 a 0. “Ali, vi que era possível ganhar o campeonato.
Depois da classificação, reunimos jogadores e familiares e fizemos uma costela
de chão para comemorar. Isso fortaleceu ainda mais o grupo para a grande
final”, disse Chibior.
O ex-técnico
do time contou que antes da final disse aos seus jogadores que o planejamento
era vencer em casa e “apenas erguer a taça” na casa do Iguaçu. Só que o
adversário era complicado e tinha perdido apenas dois jogos em 19 disputados. A
partida de ida foi vencida pelo Santa Quitéria por 1 a 0, no estádio Mauricio
Fruet, com grande número de torcedores. O gol foi marcado por Juninho, contra,
que desviou cruzamento de Jonatas.
O destaque
daquela partida foi o goleiro Jonas, que fez várias defesas e segurou o zero no
placar. “Foi um ano muito difícil. Fiquei muito tempo parado e ainda tive
suspensão. Voltei sem ritmo”, diz o ídolo do clube ao lembrar das dificuldades
que passou em 2015.
No jogo de volta, em
outra boa partida da defesa do Quitéria, o 0 a 0 foi mantido no placar e coroou
o título da equipe auriverde. A glória veio após cinco anos de jejum e foi
comemorada loucamente por sua torcida. Em 2015, o clube quebrou um jejum de 5
anos sem título da Suburbana. No último duelo do certame, o time do Santa
Quitéria teve os seguintes jogadores. O goleiro Jonas; os laterais Renan e
Chuva (Lima); com os zagueiros Lela, Bruno. Já os volantes e meio campistas
foram Adan, Aroldo (João Victor), Pedra e Jean; os atacantes foram Robson
(Jacaré) e Jonatas (Luan), com Leandro Chibior na prancheta.
Em 2020, este mesmo
jejum está renovado. Não dá para dizer como será a temporada do Santa Quitéria,
pois as incertezas são muitas e fogem do âmbito esportivo, mas se inspirar na
determinação da equipe de 2015 é um bom primeiro passo para voltar ao topo.
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