[ENTREVISTA] De Curitiba para Assunção, com muita resistência, Marhaya começa a realizar seu sonho
A
lateral de 18 anos Marhaya, que jogou pelo Imperial no ano passado e participou
na campanha histórica do clube do Mossungê no Campeonato Paranaense, teve o seu
destino traçado para Assunção, capital do Paraguai. Agora as cores da camisa da lateral
na temporada 2020 serão o branco e preto, acompanhado com o sotaque portunhol. O Do Rico ao Pobre entrevistou
a jovem curitibana, que deseja seguir e aproveitar a nova oportunidade de realizar seu
sonho.
#PEDRA LAPIDADA
Por @rafaelbuiar
O sonho de ser jogadora de futebol não é fácil, pois existem
diversos fatores que inibem esta possibilidade, mesmo que a modalidade tenha aumentado nos últimos anos. Mas, mesmo assim, ainda existem comentários como o de que
mulher não pode jogar futebol. Experiência que Marhaya viveu quando criança. Mesmo assim, não se acanhou e
desde lá passou ainda mais a alimentar a vontade de seguir o seu sonho. “Quando
era pequena joguei com os meninos, sempre acompanhada do meu irmão, mas nem
sempre eles deixavam eu jogar. Mesmo assim, eu nunca desisti. A partir disso, quando
jogava eu percebi que não havia muita diferença no futebol com aqueles da mesma
idade”, comenta Marhaya.
Por isso, a perseverança e a resistência passou a aumentar
com esta expressão utilizadas por seus colegas e amigos de infância. “Antes de
começar o jogo, tem a hora de separar o time e sempre teve aquele comentário de
alguém que falava "ela é menina e pode ficar no seu time” - no time que
tinha um jogador a mais; como se eu não fizesse diferença. Mas durante o jogo
falavam que o time estava forte. Por isso, eu nunca fiquei triste escutando
esses comentários, só me incentivou mais a mostrar o que eu sei”, analisa
Marhaya.
Outro ponto que fortaleceu para que Marhaya acreditasse neste
sonho é a família, que sempre esteve envolvida no meio do futebol. “Minha mãe, tia
e avó, jogavam em um time de futebol de areia no bairro. Além do meu pai ser ex-jogador
de futebol, com passagens por alguns clubes antes de eu nascer. Depois que eu
nasci ele virou técnico em escolinhas de futebol e sempre me incentivou, assim
como minha família”, acrescenta a lateral Marhaya.
Foto: Rafael Buiar |
O segundo ano no time do Mossunguê também foi positivo em
relação as experiências que viveu, comenta Marhaya. “Em 2019 fiz uma seletiva no time do
Foz Cataratas/Athletico Paranaense para jogar o Brasileirão sub-18 para eles e
em setembro fui convocada para jogar o Campeonato Paranaense no time principal
do Imperial. No geral, 2019 foi um ano de muita experiência e aprendizado, pois
percebi muita evolução em meu futebol”, analisa Marhaya.
A mudança da jovem Marhaya começou em janeiro de 2020 e tudo
muito rápido, após o convite/indicação de uma companheira de clube. “No começo
de 2020 recebi o convite da Sheila Meline, ex-zagueira do Imperial, que está
aqui comigo também, que a Andréia, treinadora da equipe Anjo Dourado de fut7 em
Curitiba, tinha feito o convite para ela fazer uma seletiva em Paranaguá. Sem
pensar muito, aceitei e acabei passando. Recebi a ligação quatro dias depois”,
comenta a nova lateral do Olímpia.
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Arquivo Marhaya |
A equipe do Olímpia disputará a primeira divisão do
Campeonato Paraguaio Feminino na temporada 2020. Diante deste cenário, Marhaya
destaca a oportunidade de seguir batendo na tecla de que é possível ser
jogadora de futebol. “O Olímpia tem uma estrutura grande, com ótimos
profissionais e comissão técnica. Além der ser um time muito reconhecido aqui
no Paraguai. Por isso, acredito terá mais oportunidades e visibilidade do que o
Brasil. Aqui é uma "vitrine" maior para outros clubes”, finaliza Marhaya.
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