[ESPECIAL] Dos torneios municipais à conquista do estado: Os 99 anos do Ypiranga F.C.
Desde a valorização
das categorias de base até a entrega constante no gramado, é possível observar
que o Ypiranga é um clube diferente. Aqui você confere apenas alguns capítulos
da rica trajetória do alvirrubro que já flertou com o profissional, mas
encontrou no futebol amador a sua verdadeira essência.
#ESPECIAL
Por Allyson Santos
No
dia 6 de agosto de 1920, surgia o escrete alvirrubro da cidade de Palmeira.
Como um dos clubes amadores mais antigos do Paraná, a idade do Ypiranga Futebol
Clube é proporcional a sua história dentro das quatro linhas. As prateleiras
situadas abaixo das escadarias do Estádio João Chede carregam as glórias de
tempos antigos, quando o alvirrubro distribuía gols pelo interior do Paraná.
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Sala
de Troféus do Ypiranga FC. Arquivo Ypiranga
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Sob
o lema do clube, fixado em letras garrafais na lateral do campo, o Ypiranga
enfileirava conquistas no município. Ao todo são 17 títulos da Liga de
Palmeira, que fizeram com que o time ganhasse cada vez mais espaço no coração daqueles
que residiam na cidade clima. Mesmo com o Pentacampeonato da Liga, defendido
entre 1957 e 1961, a frase “Desânimo não vence dificuldade” nunca fez tanto
sentido como em 1995. Era hora do Ypiranga chegar ao topo do estado.
A
final da 32a edição da Taça Paraná lotou as dependências do João
Chede. No jogo de ida, o alvirrubro foi derrotado pelo Realeza por 2 a 0 e
tinha a missão de reverter o placar diante de uma torcida apaixonada, que parou
a cidade na esperança de mais uma taça. Paulinho e Tika anotaram os gols
mantiveram o Ypiranga vivo. O campeão foi definido na prorrogação com um herói
improvável que veio do banco de reservas nos últimos minutos do confronto.
Aos
36 anos de idade na época, Kinn já pensava em pendurar as chuteiras no time do
coração após marcar época no futsal paranaense. Como centroavante do
alvirrubro, era figurinha carimbada e experiente dentro do elenco. Naquele dia,
foi ele o escolhido para entrar em campo na reta final da partida. “Um amigo
que estava comigo no banco olhou no meu olho e me mandou fazer o gol”, relembra
Kinn. Após cobrança de escanteio aos 8’ minutos do 2º tempo da prorrogação,
Waltinho desviou de cabeça. A boa explodiu na zaga e caiu nos pés do atacante,
que bateu forte de voleio para sacramentar a conquista da Taça Paraná.
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Estádio João Chede lotado na década de 1970. CRÉDITOS: Arquivo Ypiranga. |
O
título mais importante da história do clube veio de uma prática antiga. Mesmo
sendo um clube tradicionalmente amador, o Ypiranga sempre reconheceu a
importância dos treinamentos para alcançar as glórias, priorizando a utilização
de jogadores nascidos na cidade. “Naquele tempo, os jogadores batiam ponto no
João Chede três vezes por semana. Ninguém nunca recebeu nada para atuar naquela
equipe”, explica Kinn, que ficou imortalizado como um dos grandes nomes da
história do alvirrubro.
Em
1990, a arquibancada do Estádio João Chede foi tombada como Patrimônio
Histórico por conta de sua estrutura trabalhada em madeira, típica em arenas
construídas na década de 1920. Muito além da arquitetura, seus degraus já
alimentaram sonhos, já aguentaram tristezas e suportaram as mais intensas
comemorações, como aquela em 1995.
Posteriormente,
o Ypiranga voltou a estabelecer a soberania na Liga de Palmeira. Vale lembrar
que a equipe se profissionalizou por volta dos anos 1980, quando disputou a
segunda divisão do Campeonato Paranaense. O escrete de Palmeira também foi
bicampeão da Liga de Campo Largo entre 2001 e 2002 e, em 2019, conquistou a
Liga de Ponta Grossa. No segundo semestre, o Ypiranga voltará a jogar o Campo-larguense
na esperança de retornar à Taça Paraná para, quem sabe, retornar ao topo do
futebol amador estadual. Fato é que o desânimo jamais vencerá a dificuldade.
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Belíssima matéria, mas o técnico era o Cláudio Kapp.
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