[ESPECIAL] Quem são as pessoas que dão nome aos estádios em Curitiba?
Couto
Pereira, Joaquim Américo, Durival Britto e Silva, Francisco Muraro, Egydio
Ricardo Pietrobelli, Elba de Pádua Lima... Quem acompanha o futebol com afinco
em Curitiba conhece bem esses nomes. Afinal, estão marcados em nosso esporte nomeando
as praças esportivas da cidade. Mas quem foram eles? Você conhece? Nós
apresentamos alguns personagens históricos identificados em 16 estádios e campos da capital paranaense.
#Futebol Paranaense/Amador
Por Yuri Casari
Janguito
Malucelli
O Ecoestádio Janguito
Malucelli, tem esse nome em homenagem a João Malucelli, que tinha o apelido de
Janguito. João é pai de Joel Malucelli, presidente do Jotinha e presidente
fundador do Grupo J Malucelli, um dos maiores grupos empresariais do estado,
com atuação destacada na construção civil e nos meios de comunicação.
Joaquim
Américo Guimarães
O estádio popularmente
conhecido como Arena da Baixada, tem em seu nome oficial a figura de Joaquim
Américo Guimarães. De família tradicional – era neto do Visconde Nácar – era usineiro,
ligado ao mate. Grande entusiasta do esporte, foi presidente do Jockey Club do
Paraná e fundou em 1912 o Internacional, clube que em 1924 se fundiria com o
América – dissidente do próprio Internacional – para fazer nascer o Clube
Atlético Paranaense. Joaquim Américo foi quem alugou a chácara da família
Hauer, no Baixadão do Água Verde, local onde foi construída a Baixada. Apenas
em 1934 o estádio passou a ter o nome de Joaquim, que morreu de forma prematura
em 1917, aos 48 anos.
Major
Antônio Couto Pereira
Como o nome do estádio do
Coritiba já diz, Antônio Couto Pereira era militar. Foi deputado estadual na
década de 30, presidente do clube do Alto da Glória em três oportunidades e o responsável por dar início às obras do estádio atual, que foi inaugurado em
1932. O campo foi batizado inicialmente com o nome de Belfort Duarte, um dos pioneiros do futebol no Brasil e
exemplar atleta, assassinado em 1918, aos 35 anos. O Coritiba aproveitou o fato
de o America do Rio de Janeiro, clube em que Belfort Duarte fez sua carreira
como atleta, ter participado da inauguração do estádio, como pretexto para a
homenagem. Em 1956, o estádio passou por reformas, e em 1977, com a arquitetura
que se mantém até hoje, foi renomeado com o nome do presidente responsável pela
casa dos coxas-brancas.
Durival
Britto e Silva
A história do Paraná Clube
é centenária, se formos considerar os antecessores do Tricolor. Um dos mais
vitoriosos clubes formadores do Paraná foi o Clube Atlético Ferroviário,
nascido da cisão com o Britânia e ligado aos ferroviários. Entre 1940 e 1947, o
militar sergipano Durival Britto e Silva foi diretor superintendente da Rede de
Viação Paraná-Santa Catarina, antecessora da Rede Ferroviária Federal S.A,
administradora do Boca-Negra. Sob seu comando a RVPSC iniciou o processo de
dieselização dos trens da ferrovia, implantou escolas profissionalizantes e construiu o
estádio que popularmente ficou conhecido como Vila Capanema. Três anos depois,
o estádio foi inclusive sede da Copa do Mundo de 1950.
Erton Coelho Queiroz
A outra praça esportiva
tricolor também leva o nome de um importante personagem na história de um dos
antecessores do Paraná. Erton Coelho Queiroz foi presidente do Pinheiros
Esporte Clube, que foi campeão da Divisão de Acesso em 82 e do Campeonato
Paranaense em 84, sob seu comando. Erton tirou o Pinheiros de um estado de
quase falência para deixar o clube com um dos maiores patrimônios entre clubes
sociais, construindo a Sede da Kennedy e o estádio da Vila Olímpica, inaugurado
em 1983. Em 1987, Erton voltou à presidência do Pinheiros, mas acabou falecendo,
aos 47 anos. Dois anos depois o clube se fundiu com o Colorado e deu lugar ao
atual Paraná Clube.
Manoel
Garcia de Andrade
O acanhado campo do
tradicional Urano, localizado no bairro Xaxim, é conhecido popularmente como
Manecão. O nome Manoel Garcia de Andrade remete a um antigo presidente do
clube.
Elba
de Pádua Lima
O estádio do Grêmio
Ipiranga, localizado no Capão Raso, leva o nome de Elba de Pádua Lima. O mais
desavisado poderia acreditar que é o nome de algum presidente do clube,
vereador ou qualquer outro político. Mas Elba de Pádua Lima foi um dos maiores
esportistas do país na primeira metade do século XX. Conhecido como Tim, jogava
na linha ofensiva de cinco, no tradicional 2-3-5
das décadas de 30 e 40. Paulista, foi no Rio de Janeiro onde ganhou fama sendo
um dos maiores craques da história do Fluminense. Boêmio, era amigo inseparável
de Heleno de Freitas, craque-problema do Botafogo. Tim teve uma importante
participação na Seleção Brasileira e jogou a Copa do Mundo de 1938. Como
técnico também foi bem sucedido, participando da Copa do Mundo de 82 com a
seleção do Peru e treinando todas as principais equipes de Curitiba: Atlético,
Ferroviário, Colorado e principalmente, o Coritiba, onde teve três passagens e
conquistou dois títulos estaduais e o Torneio do Povo, em 73.
Octávio
Nicco Silva
Um dos mais belos estádios
da Suburbana, o campo do Imperial é um sonho da especulação imobiliária. O clube
tricolor está na mesma área do Mossunguê desde sua fundação, em 1955. O terreno
foi cedido pela família Nicco, e a reunião de fundação do clube aconteceu na
casa de Octávio, que também presidiu o clube posteriormente.
Bortolo
Gava
O Operário Pilarzinho
nasceu em meados da década de 30, e oficialmente em 51, fundado por operários e
empresários da região do Pilarzinho e do Abranches, que se reuniam nas
pedreiras da região para praticar o futebol. Em suas fileiras, vários membros
da tradicional família Gava. Precisando de um espaço para chamar de seu, os
membros da equipe se reuniram com o patriarca Bortolo Gava, que decidiu vender
uma área para a construção de um estádio. O pagamento seria feito em parcelas,
e Bortolo afirmou que caso morresse, o clube não teria mais que pagar o
combinado. O início das obras aconteceu em 1957, e no final daquele ano,
Bortolo Gava acabou falecendo. No ano seguinte, o estádio foi inaugurado com o
nome do benfeitor.
Egydio
Ricardo Pietrobelli
Outro clube a denominar o
estádio em homenagem ao responsável pelo terreno é o Iguaçu. O alvinegro é a
equipe mais antiga do futebol amador em atividade, fundada em 1919. O Iguaçu
sempre utilizou a área no Butiatuvinha, adquirida por Pietrobelli, um dos
fundadores da equipe. Entretanto, o estádio só foi inaugurado oficialmente em
1958.
Francisco
Muraro
O arquirrival do Iguaçu, o
Trieste, também tem seu estádio nomeado em homenagem a um dos fundadores do
clube, Francisco Muraro. A família Muraro tem importante participação na
história do Tricolor da colônia. O terreno onde hoje se encontra o mais moderno
estádio do nosso futebol amador era propriedade de Gerônimo Muraro.
Manoel
Gustavo Schier
O campo do Uberlândia, no
Novo Mundo, homenageia um dos principais entusiastas do clube. Foi junto de
Gustavo Schier que o presidente Gregório Borges Lima conseguiu a concessão
junto à Prefeitura Municipal para a utilização do terreno onde hoje se encontra
o campo do Uber, inaugurado oficialmente em 1967.
Ricardo
Halick
O bairro do Ahú é um dos mais
tradicionais e envolvidos na história do futebol amador de Curitiba. O União
Ahú passou anos sem um campo próprio. Em 1965, Ricardo Halick, ex-atleta e
presidente do clube adquiriu o terreno atual. Dez anos mais tarde, em outra
gestão, foi dado início às obras do campo, inaugurado oficialmente em 1977, com
o nome de Everaldo Silveira. Só em 1990, após o falecimento de Halick, que o
campo recebeu sua nova denominação.
Mauricio
Fruet, Erondi Silvério e Donato Gulin
Além dos presidentes de
clubes, fundadores e esportistas, há também outra categoria homenageada. A dos
políticos. O mais famoso de todos é Mauricio Fruet, que dá nome ao estádio do
Santa Quitéria. Mauricio foi vereador, deputado estadual e federal e prefeito
de Curitiba nos anos 80. É pai do também ex-prefeito Gustavo Fruet. Já o Vasco
homenageia Erondi Silvério, economista, vereador da capital, deputado estadual
e prefeito em três oportunidades, totalizando dezesseis meses no cargo,
substituindo os titulares. Donato Gulin, nome do estádio do Vila Hauer, é o
único dos citados nesta matéria que ainda está vivo. Donato foi vereador e
presidente da câmara, tendo assumido a prefeitura em 1974, segundo o site
oficial da prefeitura. Ele também é dono do Grupo Gulin, empresa que detém
controle de uma boa parte das empresas de ônibus da capital.
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