Na última quarta-feira (31), o Elba Pádua de Lima
recebeu dois jogos atrasados da 5ª rodada, que foram adiados pela água que caiu
no dia anterior a rodada, marcada para o dia 20 de maio. Por ironia do destino,
uma forte chuva caiu na capital quarta-feira e o campo do Grêmio Ipiranga virou
um lamaçal. Mesmo assim os guerreiros entraram em campo, merecendo nossos
aplausos e garantindo uma figurinha especial no álbum de destaque do DRAP da
temporada 2017.
#FIGURINHA DO JOGO
Imagine a situação: você joga por um time amador e atua por um campeonato que tem as rodadas somente no fim de semana. Até ai tudo bem, porque você consegue conciliar com as coisas da sua vida com sua paixão por jogar bola. Faltando um dia para o jogo da semana você recebe a informação que a partida foi suspensa pelas chuvas que caiam na cidade naquele dia e a peleja vai ser remarcada para um dia de semana, no qual você trabalha ou pode fazer outras coisas. Para deixar a situação ainda pior, você acorda no dia em que o jogo estava marcado e o dia está ensolarado, com totais condições de jogo. Passada uma semana e meia chega a hora de entrar em campo, tendo que sair do trabalho e pegar o carro para atuar, ou se virar para chegar a tempo no estádio. Um dilúvio cai na cidade e o gramado do estádio está completamente danificado por isto, além do que, as luzes não foram acessas para partida que começa em poucos minutos. O que fazer?
Foram
essas as situações que passaram atletas do Nacional, Shabureya, Grêmio Ipiranga
e Palmeirinha, na quarta-feira singular do futebol amador de Curitiba, com rodada
dupla válida pela Copinha. Ao chegar ao Estádio Elba Pádua de Lima, os atletas
das equipes do Boqueirão e do Ganchinho encontraram os refletores desligados e a
dúvida se haveria o jogo ou não. Quem cuida do campo garantia que não teria
jogo, pois o gramado não iria aguentar e, por isto, as luzes não estavam
acessas. O boato que poderia não haver a partida revoltou os atletas,
principalmente os do Shabu, que falavam na porta do vestiário que vieram para
jogar, já que gastaram dinheiro e tempo para estar lá. Pelo lado Alviceleste,
em meio a incerteza da realização do confronto, a comissão técnica ligava para
confirmar a chegada dos atletas, que vinham um por um e eram comemorados pelo
treinador quando adentravam o vestiário.
Faltando
pouco mais de 20 minutos o árbitro foi até o campo, deu uma volta e confirmou:
vai ter jogo. Os atletas do Shabu foram para o aquecimento com a luz apagada
ainda. Quando os refletores se acenderam deu para ver o tamanho do estrago. O
gramado estava totalmente coberto por lama e poças da água. Não havia condição
de jogo, mas os times não tinham muita escolha. As equipes aqueceram rapidinho
e foram pro jogo. Toda hora o técnico Alemão olhava para nossa equipe e falava
“não da para ter jogo aqui”. A partida aconteceu na base do bumba meu boi e
teve o fim com o placar de 1 a 0 para o escrete azulino.
Se
já foi ruim para os times do Boqueirão e do Ganchinho, imagina para quem viria
depois. A partida principal era entre Palmeirinha e Grêmio Ipiranga que, além
do campo castigado pela chuva, teriam que enfrentar o gramado já pisoteado e
enlamado pelo embate anterior. No confronto, a bola alta reinou e os chutes
de longe também, vitória para o escrete da casa por 3 a 2.
Ao
todo foram 57 guerreiros que entraram em campo nessa fatídica noite. Além dos
atletas queremos também destacar a atuação da equipe de arbitragem, que também
foram heróis em praticar o trabalho nessas situações. Os riscos eram enormes,
além da falta de tática e de jogadas, como o de lesões. Queríamos aqui prestar
solidariedade aos atletas Cleber, do Shabureya, e Carlinhos, do Grêmio
Ipiranga, que saíram lesionados por conta do estado do gramado. Não queremos
aqui enaltecer o futebol amador pela bizarrice que se viu, mas aplaudir a
coragem dos atletas e cobrar a Federação. Sim, pois a Federação tem que cuidar
mais dos seus atletas e saber quais estádios tem condição de receber partidas
assim. Pois, sabemos que há gramados em Curitiba melhores do que o Elba e não
condenamos o Ipiranguinha por isto, pois sabemos como é difícil manter um
estádio e um clube amador.
Já tivemos as figurinhas dos jogos, que foram Alemão e Mateus. Porém,
como todo álbum tem seus cromos especiais, ela é uma daquelas figurinhas
brilhantes no álbum DRAP de 2017, em homenagem a todos os heróis que buscam um
futuro melhor dentro do futebol amador.
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DO RICO AO POBRE, O FUTEBOL SEM DIVISÃO
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