A redenção de Tiago Alencar no Paranaense 2017
No
último domingo (5), o J.Malucelli venceu o Cianorte pela terceira rodada do
campeonato estadual. Um resultado importante, já que colocou o time na liderança
provisória do certame, mas que com o decorrer das partidas será apenas mais um
número na campanha do Jotinha. Porém, o zagueiro Tiago Alencar guardará esse
momento em algum canto do coração como a coroação de sua perseverança em
retornar aos gramados.
#ENTREVISTA
Por
Dudu Nobre
Tiago passou por algumas
cidades ao longo de sua carreira. Despontou no Coritiba na Copa São Paulo de
2006 - em uma geração que revelou Pedro Ken, Henrique, Marlos, Keirrison, entre
outros -, mas se profissionalizou no J.Malucelli. Após o bom desempenho no
estadual de 2009, acertou com o Vitória de Guimarães (Portugal). Entre idas e
vindas, passou por Mirassol, Paraná Clube e Mogi Mirim, mas acabou voltando ao time do Parque Barigui.
Tudo se encaminhava
normalmente na carreira de Alencar, mas a partir de 2013 ele passou a conviver
com as lesões. Naquele ano, sofreu com o calcanhar no paranaense e teve que
fazer uma cirurgia no ombro no brasileiro da Série D. A partir disso, Tiago não
conseguiu uma grande sequência de partidas.
Em 2015, integrou o elenco
do Jota no estadual, mas voltou a ter problemas com o calcanhar – dessa vez uma
tendinite. Acontece que durante o tratamento, Tiago contraiu uma infecção e
quase amputou o pé – o que acabaria definitivamente com sua carreira
profissional.
Escapando no fio da
navalha, o beque iniciou a fisioterapia e fez o tratamento usando a estrutura
do Atlético Paranaense. A melhora era gradual, mas a volta aos gramados era uma
incerteza. Mesmo na fase delicada, Tiago nunca desistiu. “Acho que em qualquer
profissão que você fica sem poder exercer é muito ruim. Minha motivação era
voltar a sentir o gosto da vitória, aquele frio na barriga antes do jogo”,
relembra o zagueiro.
A tempestade passou e 2017
chegou. Após um processo intenso, o atleta estava pronto clinicamente. Ele
poderia jogar por qualquer clube, mas optou em voltar para onde sempre foi
feliz. “O J.Malucelli é um clube diferente de qualquer outro e eu só tenho que
agradecer por ter confiado no meu trabalho”, declara Alencar.
Depois de tudo isso, você
já deve ter entendido a importância desse 5 de fevereiro de 2017. Durante os 90
minutos, manteve o profissionalismo e neutralizou o Leão do Vale,
principalmente no segundo tempo. Mas depois do apito final, Tiago lembrou que
era de carne e osso. “Pensei muito na minha família. Lembrei das duas semanas
que fiquei internado, e na hora que o juiz apitou não aguentei. Chorei, só que
dessa vez foi de alegria”, arremata Tiago Alencar, uma prova viva de que nunca
se deve desistir de realizar um sonho.
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